domingo, 2 de janeiro de 2011

A Escolha é Sempre Nossa


"Luis é o tipo do cara que você gostaria de conhecer.Ele estava sempre de bom humor e sempre tinha algo de positivo para dizer.
Se alguém lhe perguntasse como ele estava, a resposta seria logo: "Ah, se melhorar estraga".
Ele era um gerente especial em um restaurante, pois seus garçons o seguiam de restaurante em restaurante apenas pelas suas atitudes.
Ele era um motivador nato.
Se um colaborador estava tendo um dia ruim, Luis estava sempre dizendo como ver o lado positivo das coisas.
Fiquei tão curioso com seu estilo de vida que um dia lhe perguntei: "Você não pode ser uma pessoa positiva todo o tempo. Como faz isso?"
Ele me respondeu: "A cada manhã, ao acordar, digo prá mim mesmo: Luis, você tem duas escolhas hoje. Pode ficar de bom humor ou de mau humor. Eu escolho ficar de bom humor. Cada vez que algo ruim acontece, posso escolher bancar a vítima ou aprender alguma coisa com o ocorrido. Eu escolho aprender algo. Toda vez que alguém reclama, posso escolher aceitar a reclamação ou mostrar o lado positivo da vida."
"Certo, mas não é fácil" - argumentei
"É fácil sim", disse-me Luis. "A vida é feita de escolhas. Quando você examina a fundo, toda situação sempre oferece escolha. Você escolhe reagir às situações. Você escolhe como as pessoas afetarão seu humor. É sua a escolha de como viver sua vida".
Eu pensei sobre o que Luis disse e sempre me lembrava dele quando fazia uma escolha.
Anos mais tarde soube que, um dia, Luis cometera um erro, deixando a porta de serviço aberta pela manhã. Foi rendido por assaltantes. Dominado, e enquanto tentava abrir o cofre, sua mão tremendo pelo nervosismo, desfez a combinação do segredo.
Os ladrões entraram em pânico e atiraram nele. Por sorte foi encontrado a tempo de ser socorrido e levado para um hospital. Depois de 18 horas de cirurgia e semanas de tratamento intensivo, teve alta ainda com fragmentos de balas alojados em seu corpo.
Encontrei Luis mais ou menos por acaso.
Quando lhe perguntei como estava, respondeu: "Se melhorar estraga.
Contou-me o que havia acontecido perguntando: "Quer ver minhas cicatrizes?"
Recusei ver seus ferimentos, mas perguntei-lhe o que havia passado em sua mente na ocasião do assalto.
"A primeira coisa que pensei foi que deveria ter trancado a porta de trás", respondeu. "Então, deitado no chão, ensanguentado, lembrei que tinha duas escolhas: poderia viver ou morrer. Escolhi viver".
"Você não estava com medo?", perguntei
"Os para-médicos foram ótimos. eles me diziam que tudo ia dar certo e que eu ia ficar bom. Mas quando entrei na sala de emergência e vi a expressão dos médicos e enfermeiras, fiquei apavorado. Em seus lábios eu lia - esse aí já era. Decidi, então, que tinha que fazer algo".
"O que fez?", perguntei.
"Bem, havia uma enfermeira que fazia muitas perguntas. Perguntou-me se eu era alérgico a alguma. Eu respondi: - Sim. Todos pararam para ouvir minha resposta. Tomei fôlego e gritei: - Sou alérgico a balas! Entre risadas lhes disse: - Eu estou escolhendo viver, operem-me como um ser vivo, não como um morto".
Luis sobreviveu graças à persistência dos médicos.... mas sua atitude é que os fez agir dessa maneira."

3 comentários:

  1. Maravilhoso, vou lembrar desta estoria, feliz 2011

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  2. Amei...
    Parabéns por se lembrar de nos contar essa história.
    Feliz semana, ano, vida...
    Beijos.

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